O Brasil é um Estado laico, não
tem uma religião oficial, para que os brasileiros possam exercer livremente
suas crenças, inclusive os ateus. Assim como o Estado não interfere nas
igrejas, elas também não deveriam interferir nas decisões do Estado. A “bancada
evangélica” existente em nosso Congresso é uma interferência dos religiosos no
Estado Brasileiro, tentando impor à sociedade brasileira seus princípios e suas
leis. Para haver democracia teríamos em princípio, ter no congresso uma bancada
de cada religião, por outro lado, é notório que grande parte dessa bancada, se
utilizou da boa fé dos evangélicos unicamente para se eleger, participam dela
deputados e senadores suspeitos, processados e alguns já foram condenados. Cada
membro do congresso tem sua religião e está credenciado para defender seus
princípios, não há absolutamente necessidade de grupos religiosos. Na discussão
de temas polêmicos como o do aborto, eu particularmente sou contra, mas
acredito que as mulheres têm o direito de decidir o que é melhor para elas, de
acordo com sua própria consciência, por outro lado aborto é um caso de saúde
pública, a proibição não impede que sejam realizadas na clandestinidade,
milhares de abortos nas piores condições, colocando em risco a saúde e a vida
de mulheres. A liberação do aborto não obriga ninguém a fazê-lo e as igrejas
podem combater essa prática em suas pregações, mas não podem impor nada, nem
mesmo aos seus fiéis.
Bispos da Igreja católica têm
procurado intervir junto às autoridades brasileiras, para que o aborto não seja
liberado, inclusive nos casos de crianças mal formadas. Proíbem que seus fiéis
usem camisinha, querem que os casais só pratiquem sexo para gerar filhos,
parece que querem voltar a idade média, atrasar o desenvolvimento científico,
talvez restaurar a santa inquisição.
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